domingo, 7 de dezembro de 2014

Zé pelintra - Amado por muitos, mal compreendido por vários.













Aqui no plano material, nós espíritos encarnados temos o costume de classificar ou rotular tudo o que é estranho ou incomum.
Quando classificamos damos uma ordem de fácil entendimento para todos.
Mas quando o incomum é inclassificável? A tentativa de classificação é natural para o começo do entendimento de algo que foge das regras.
O famoso termo “Quebra de paradigmas”.

Vamos aqui contar bem rapidamente um pouco da história do Sr. Zé Pelintra.
Na região do nordeste brasileiro, uma religião, com fundamentos muito antigos (europeus mesclado com os indígenas), surge a Jurema. Esta religião tem um mestre chamado Zé Pelintra, que foi um grande juremeiro. Ele tem a habilidade ou o mistério de transitar nas duas fumaças: a branca e a escura. Que para nós Umbandistas, são direita e esquerda. Seu arquétipo na jurema é de um senhor de vestes simples e chapéu de palha.
Na migração destes Juremeiros para o estado do Rio de Janeiro, deu-se a adaptação para as Macumbas do Rio. E, por isso, nas incorporações do Sr. Zé ele foi “classificado” como linha de esquerda. Depois desta migração para as Macumbas Cariocas, o arquétipo mudou para terno branco, chapéu, camisa branca e gravata vermelha. A imagem do famoso “Malandro” carioca. 
Com o passar do tempo, teve a chegada na Umbanda. E a entrada foi pela linha de esquerda, devido à atuação na macumba carioca do Sr. Zé.
E, com o passar dos anos ele, começa a trabalhar na linha de direita dos Baianos. 

Repare que não estamos falando dos preconceitos adquiridos no tempo, de espírito mau caráter etc.
Isso devemos deixar de fora para entender melhor os mistérios do Grande Mestre Zé Pelintra. Então, esvazie seu copo para encher de novo.

Vamos colocar um pouco de água no copo, a linha Zé Pelintra anda em todas as linhas da umbanda.

Mais que um guia de Umbanda, Sr. Zé Pelintra é um grande mestre do nosso Criador.  

O magnetismo (mental) Sr. Zé Pelintra já se manifestava antes mesmo da jurema. Esse mental  tem como verbos de ação: adaptar, gerar, evoluir, modificar, movimentar, ocultar e muitos outros. Ele tem a qualidade maior de se adaptar ao meio que anda. 
Um dos fatores sustentadores deste trono é o da geração. Sustentando e gerando novas possibilidades de caminhos para espíritos não encarnados e encarnados poderem caminhar e evoluir.


Sr. Zé Pelintra da luz (trono) portador de fatores/magnetismo e de verbos divinos mostra um das qualidades mais fundamentais e pouco compreendida aqui no plano material. Gerar os meios para adaptação e transformar em caminhos para luz na lei em prol da evolução do espírito, caridade e amor da mãe geradora.

Isso demostra uma qualidade única neste trono. Seu magnetismo traz a qualidade de se adaptar em qualquer plano ou grau energético. Por isso, ele pode andar em todas as linhas. Isso torna flexível sua atuação na criação do nosso Criador.  Onde necessita ter uma mudança vibracional ou outros fatores para regular e manter a estabilidade e evolução estará a vibração do Sr. Zé Pelintra.
É o nosso famoso jeito brasileiro, que com o conhecimento e geração de novas possibilidades pode ter um novo rumo para a evolução ou a melhora de alguma forma estagnada ou supermagnetizada. 

Será que até mesmo antes da jurema surgir no plano espiritual, antes mesmo das magias europeias, existia um mental que atuava com essas qualidades divinas? Como se fosse chave. Chaves destrancam caminhos ou jeitos para modificar seu interior fazendo ir para um outro plano ou grau vibratório. Chaves essas que podem ser um símbolo na Umbanda, um símbolo mágico. A verdadeira chave abre as fechaduras da vida de você mesmo. Usando essas chaves você abre espaço grandioso e forças para atuação na luz.

Isso é um dos grandes mistérios de Sr. Zé Pelintra, ou melhor, o grande trono. Não tem ponto fixo ou classificação, pois esse fator ou qualidade divina não se classifica ou fixa em uma classificação de grau.

Na Umbanda, o Sr. Zé Pelintra aparece em vários arquétipos e vários magnetismos. Podemos então fazer um exercício novo. Esqueça preconceitos, duvidas, classificações. Imagine um guia com uma sabedoria grande, com um poder de transformar, transmutar, gerar, alterar, modificar.

Exemplo: você está em um ponto parado na estrada com sete caminhos, e cada caminho dá para uma história. O mental mestre Sr. Zé Pelintra sabe onde cada caminho dá, mas cada pessoa esconde um rumo. Quando esse rumo fica estreito, ele cria mais sete caminhos para te ajudar. Mas, se for do seu merecimento, é claro. Se não, ele oculta os seis, cinco, três e mostra um rumo que vai te fazer crescer.

Não basta você escolher o caminho mais bonito e rico, se esse caminho não transformar seu íntimo. Pois nesse caminho você não conseguirá ver a riqueza do nosso Pai Criador. Por isso, não revela o melhor caminho ou não fala o óbvio, mesmo falando o óbvio às vezes não temos entendimento e nem conhecimento para compreender.

Por isso, mostra um caminho diferente, para que essa visão seja clareada. Caminho esse que pode ser árduo, úmido ou sombrio ao ver do caminhante.
Mas conforme seu merecimento, ele te mostra um caminho novo com um pequeno faixo de luz no meio de um céu cinza e você começa a perceber como a simplicidade e a nossa grande riqueza e como é linda a criação do nosso Divino Criador. 

Os caminhos são os meios de se adaptar e mudar sua consciência e conhecimento. Com essa experiência em entender a beleza de um simples abraço de uma mãe ou uma pequena flor, podemos ver o quanto nossa mãe geradora nos ama e o quanto o nosso Criador é perfeito.
Com essa visão mais clara do mundo, abrimos portas internas. Nós temos as chaves para abrir essas realidades. Por isso, o mistério do Sr. Zé Pelintra é mal compreendido, pois ele mostra aquilo que você entende para sua caminhada, e se adapta à realidade do conhecimento.


Um grande mestre na jurema , “malandro” na macumba carioca e um baiano na Umbanda, que pode estar em todas as linhas atuando com fatores de adaptação, transformação e transmutação. Seus mistérios, como chapéus, fitas, adagas, navalhas, cajados etc. São símbolos para mostrar ao filho de Umbanda o quão maior é o mistério Sr. Zé Pelintra e grande e seu amor. Uma das grandes chaves para abrir a sua primeira porta é o amor.
O sentimento de amor e tão vivido e mal compreendido.
Quem sabe um dia podemos falar gira do Sr Zé. Pelintra e que todos os Zé, boiadeiros, exus, preto velhos, baianos, caboclos, etc, poderão trabalhar juntos o todo amor ao nosso Criador.

Fonte: Oliveira, Marcel. Zé Pelintra - A revelação. Livro Digital (distribuição gratuita). São Paulo: Templo Mãe divina.